28 de set.2 min para ler

Futuros não vividos

A gente acha que tem algum controle, mas a vida é um emaranhado de rotas não mapeadas e momentos não planejados que, quando menos esperamos, nos surpreendem com possibilidades que nunca tínhamos considerado. Nesses momentos, encontramos não apenas novas oportunidades, mas também nos deparamos com emoções e descobertas que desafiam nossas expectativas e planos anteriores. O medo bate; a gente teme o desconhecido, no fundo odiamos ter opções, isso sempre significa fazer escolha, mas e se fizermos a escolha errada? Como escolher entre um grande amor e uma oportunidade de ter uma vida que sempre sonhamos...e se nessa vida dos sonhos nunca surgir um amor? E se eu escolher o amor e ele acabar? Alguma história sempre ficará no mundo do “e se?”...

O filme chileno LOS FUERTES, disponível no MUBI, encapsula magistralmente essa essência das encruzilhadas da vida. Através da história de Lucas, um jovem arquiteto que se encontra em uma transição crucial de sua vida, o filme apresenta um desses portais para possíveis futuros; a surpresa se chama Antonio, um jovem e lindo pescador de uma pequena vila costeira. O que era para ser apenas um intervalo tranquilo antes da viagem de Lucas para viver definitivamente no Canadá se transforma em um encontro que altera profundamente a vida dos dois homens com sede de amar, mas com objetivos de vida muito diferentes um do outo.

Através de uma narrativa envolvente e uma cinematografia que captura a beleza crua do litoral chileno, "Los Fuertes" nos faz refletir sobre a capacidade do amor de surgir nos momentos mais inesperados e sobre como ele pode desafiar nossos planos mais seguros. O relacionamento de Lucas e Antonio é uma ode aos encontros que transcendem o cotidiano, mostrando que o amor pode ser tanto um refúgio seguro quanto uma força desestabilizadora que nos incita a reconsiderar onde e como queremos viver nossas vidas.

Com certeza esse é um filme que ilustra a incerteza do "e se?", esse sentimento de possibilidade inexplorada que pode ser tanto melancólico quanto belo, pois preserva a pureza e a singularidade do que foi vivido. É uma lembrança dos futuros que não escolhemos, alimentando nossos sonhos e reflexões.