Eu gosto da palavra ‘analógico’ para descrever o que acontece fora do mundo digital, a propósito, é sobre isso a série Smiley, da Netflix, lançada em dezembro de 2022, essa aí ilustrando o post. Se você é gay e ainda não assistiu, você está sendo gay errado! 🤣
Mas voltando ao tema, qual foi a última vez que você teve um encontro analógico? Desses que não dependem de Tinder, Grindr, Scruff, etc. Esse tipo de encontro tem se tornado um evento raro, lembrando que não contam os encontros de balada, até porque depois dos 30, a própria balada se torna um evento raríssimo! 😬
Estamos cada vez mais acostumados em escolher pessoas num cardápio digital, usando o maior número de peneiras possíveis, achando que isso pode aumentar as chances de acertos e reduzir frustrações, só que o tiro sai pela culatra muito mais vezes do que o esperado. Os perfis nas redes sociais não representam o que as pessoas são, mas quase sempre o que elas gostariam de ser.
Por esses e outros motivos eu vejo uma certa beleza única nos encontros analógicos, NADA está claro e evidente, TUDO precisa ser revelado e conversado, é aí que mora a sedução. Quem inventou que pular essas etapas seria uma boa ideia?
Nos encontros analógicos você pode ser surpreendido por alguém que não passaria pelos seus crivos, portas se abrem para além das janelas do seu celular. Possivelmente você se apaixonaria por um tipo que não é o padrãozinho que você tanto gosta, mas é justamente isso que torna tudo mais incrível...as possibilidades que não controlamos.
A questão é que estamos tão, tão mas tãaaaao preocupados com nossa imagem, que os relacionamentos tornaram-se quase acessórios que compõem o nosso look do dia, e quase ninguém está disposto a usar um acessório que não faça vista aos olhos alheios.
Smiley é uma reflexão fofa e esperançosa de que é possível viver o amor que tanto sonhamos, se, e apenas se, a gente sair dessa armadilha de scroll infinito. Mas mesmo pra quem consegue escapar dessa armadilha, é necessário reaprender a arte de se comunicar e desvendar as belezas ocultas nas diversas camadas que compõe o nosso ser. Surpreenda-se!
Lição: Saia da Matrix
Com a tecnologia, muitas vezes nos perdemos no jogo de aparências e, sem querer, acabamos nos fechando para o novo, o diferente, o inesperado. Mas quando estamos diante de alguém, conversando olho no olho, nossa percepção se expande e nos permitimos experimentar coisas que talvez nunca teríamos a oportunidade de experimentar em um mundo virtual.
E não estou falando apenas de relacionamentos amorosos, mas também de amizades e contatos profissionais. As redes sociais são uma ótima ferramenta para nos conectarmos com pessoas, mas muitas vezes essas conexões ficam limitadas ao mundo virtual. Encontros analógicos podem trazer muito mais oportunidades para expandir nossas relações pessoais.
Por isso, é importante não perdermos a habilidade de nos conectarmos de forma real, de olharmos nos olhos uns dos outros e de trocarmos experiências e emoções. Os encontros analógicos podem nos surpreender de maneiras incríveis e nos proporcionar conexões profundas e verdadeiras.
Criação - Guillem Clua
Artistas - Miki Esparbé, Carlos Cuevas, Brian McGovern
Emissora original: Netflix
Empresa(s) produtora(s): Minoria absoluta
Episódios: 8
Idioma original: espanhol; catalão
Temporadas: 1
Transmissão original: 7 de dezembro de 2022 – presente
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