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Você é o que deseja ser?

"Você quer ser a pessoa que os outros desejam que você seja, ou você quer ser a pessoa que você deseja ser?" Eu sei que não dá pra resumir de maneira tão simples, no entanto, essa é uma pergunta que precisamos nos fazer todos os dias, tendo em vista que é muito fácil confundir o nosso querer com o querer alheio, principalmente quando o outro é alguém por quem sentimos o amor que deveria ser o mais incontestável do mundo, a família, mais especificamente os pais. Mas, infelizmente, o grande responsável por armários tão cheios mesmo nos dias de hoje é justamente o medo de não corresponder aos desejos dos pais, e esse é um caminho perigoso, te rouba a vida, a individualidade e vários momentos de felicidade.


O filme de hoje está no Prime Vídeo, e para alegria geral não precisa de assinatura adicional, trata-se de: UNCLE FRANK, na tradução literal fica Tio Frank. A obra conta de maneira fragmentada a história de um jovem gay que encontra como sua única saída o afastamento quase que completo da família. A trama acaba reforçando a síndrome do bom menino, já que o personagem de Frank, mesmo machucado, se mantém esforçado para agir com respeito e cordialidade no ambiente em que é julgado, sem falar de todo seu foco nos estudos como maneira de se colocar numa posição social melhor e ser dono de seu destino, na esperança de que assim o passado fique para trás; mas alguns fantasmas nunca deixam de nos assombrar até que tenhamos coragem de enfrentá-lo.


Para montar o quebra cabeça que é essa narrativa, temos a sobrinha de Frank, familiar com quem ele mais tem conexão, e vice-versa. É para ela que ele fala a frase que usei para abrir esse texto, é como se ele falasse para ela o que gostaria de ter ouvido enquanto jovem.


Das relações familiares, a mais complexa é entre Frank e seu pai, já que tentar agradá-lo criou a maior ferida de sua vida, e que jamais foi cicatrizada.


Uncle Frank é um filme sobre os efeitos da homofobia internalizada, mas também é sobre aprender a ser verdadeiro consigo mesmo e aceitar quem você é, mesmo que outras pessoas ao seu redor ainda não tenham desenvolvido essa capacidade ainda, mas isso definitivamente não deve ser um problema seu!

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