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Fundamentalismo e os obstáculos para o amor

Há mais de 70 anos Israel e a Palestina mantêm uma disputa que na realidade tem raízes históricas que remontam ao Império Romano. Separadas por alguns quilômetros, as duas nações vivem realidades distintas. Enquanto Tel Aviv, em Israel é considerada capital gay do Oriente Médio, com 25% da população homossexual, amar alguém do mesmo sexo pode ser fatal na Palestina. Mas na Guerra tudo pode virar arma, inclusive a orientação sexual. O estado judaico oferece ajuda aos gays palestinos em troca de informações do inimigo, sob ameaça de revelar o segredo desses garotos para suas famílias; por conta disso, qualquer gay que é descoberto na Palestina é automaticamente acusado de ser espião, são torturados e têm sua sexualidade revelada. Tudo isso não é roteiro criado para filme, é a vida real adaptada para o cinema.


O filme: ALÉM DA FRONTEIRA, disponível no Prime Vídeo se baseia nesses fatos reais para construir o romance entre o israelense Roy e o palestino Nimr. A produção tem um quê da receita clássica de Romeu e Julieta sobre amores impossíveis, mas ela vai muito além, jogando luz num assunto que afeta a vida de milhares de homens, capaz de dificultar e quase sempre impossibilitar que histórias de amor tenham um final feliz.


A trama já começa mostrando nossa capacidade de se adaptar ao caos, onde atravessar de maneira clandestina uma barreira, para simplesmente ir ao bar, já não é tão assustador assim. E como no amor não existem regras, é claro que numa dessas “noitadas” a alma gêmea se revelaria justamente do lado de lá da fronteira.


O longa ainda retrata o quanto a Síndrome do Bom Menino é um comportamento universal, e que de certa maneira força garotos gays se dedicarem aos estudos como uma espécie de luz no fim do túnel, mas nem todo o esforço do mundo é capaz de suprir o desejo de simplesmente ser feliz sem ter medo de que suas emoções sejam julgadas pelo fundamentalismo que assola a sociedade.


De repente o romance é interrompido pela intolerância religiosa, o destrato familiar, a corrupção policial, entre outras mazelas, quase que simultaneamente, revelando ao casal que o amor entre eles tem um preço alto a ser pago. Até quando a vida do gay será assim?

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