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O cara certo no momento errado

Já falamos sobre isso, o dilema dos amores não vividos, a sensação de perfeição justamente porque tudo que nos resta é o doce fruto da imaginação. Não é por acaso que tantos filmes tratem disso, afinal, a arte imita a vida; ou seria o contrário? Para Aristóteles “a arte imita a vida”, sendo a arte uma técnica estratégica usada para vencer os empecilhos que sozinha a natureza tem dificuldades para superar. Por outro lado, para Oscar Wilde “a vida imita a arte mais do que a arte imita a vida”, todos querem um pouco da beleza e poesia que, quase sempre, a arte retrata; isso faz sentido se pensarmos que o amor romântico foi criado através da arte. A meu ver, originalmente a arte imita a vida, mas a partir daí a troca é contínua. O que sentimos com a arte nada mais é do que aquilo que de nós já faz parte.


O drama australiano “OF AN AGE”, disponível para aluguel no Google TV e Prime Vídeo, me toca nesse lugar melancólico da impossibilidade: aquele espaço etéreo onde você conhece alguém maravilhoso e se pergunta o que poderia ser, mas não pode ser, por qualquer motivo. A trama que inicialmente foca em uma menina inconsequente, vai ganhando ritmo ao unir, por acaso, o melhor amigo e o irmão dela, Kol e Adam, respectivamente. Os rapazes que não se conheciam passam uma hora na estrada, tempo suficiente para que uma conexão fosse criada, mais do que isso, um desejo incontrolável de se virem novamente.


O filme é dividido em 2 fases separadas por 11 anos, cada fase representa apenas 24 horas da vida dos personagens. No primeiro ato, Adam, o irmão da menina, estava na véspera de se mudar definitivamente para o outro lado do planeta; o cara certo na hora errada. O tempo passa e mais uma vez por causa dela, eles se reencontram, o acaso se faz num aeroporto...o coração que já havia criado mil finas felizes, nesse momento entra em colapso...sei bem como é. Daí pra frente qualquer coisa que eu diga será spoiler.


OF AN AGE é um filme profundamente comovente sobre a beleza e a dor do que significa amar pela primeira vez, e principalmente como lidamos com isso; é sobre como o passado e o futuro estão constantemente se comunicando, assim como a arte e a vida.

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