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Que tipo de gay você será na velhice?

A cultura molda a forma como as pessoas pensam, se comportam e se relacionam. Muitas vezes a cultura pode parecer uma prisão para nós, homens gays, e pode causar certa ansiedade quando percebemos claramente que não nos encaixamos nas tradições e costumes que a sociedade compartilha. Se não podemos seguir o roteiro social à risca, como será o nosso futuro? Que segurança teremos quando a conta do tempo chegar? Se hoje com saúde e energia já é difícil ser quem você é, imagine quando te faltar autonomia até para as coisas mais simples da vida. Você já pensou nisso?


O filme de hoje aborda justamente esse tema, trata-se da obra SUK SUK, disponível na Netflix e que conta a história de dois homens idosos que juntos dividem momentos de sutileza e resistência enquanto sonham com possibilidade de se amarem livremente; mas não se enganem, o grande tema desse filme não é o romance entre eles, mas sim a relação que cada um deles tem com a sua sexual-idade, foco para IDADE.


No início do filme temos apresentado um típico comportamento gay, o famoso banheirão, prática que aos 70 anos pode ser encarada como única possibilidade, e eu diria até desesperada, de conseguir algum tipo de escape para os desejos reprimidos. lembrando que o personagem em questão é casado com uma mulher, tem filhos e netos e nunca havia se permitido viver sua verdadeira essência por medo de sair dos caminhos impostos pela tradição.


Já o outro personagem se apresenta inicialmente como alguém mais livre, porém percebemos que depois de ter criado sozinho seu único filho, ele se encontra numa posição em que os papeis se inverteram e se vê dependente do filho que, obviamente, não sabe da real orientação sexual do pai.


Do encontro de dois homens marcados pelo medo e pelo etarismo, surge a narrativa de que não há idade para o amor, mas um outro tema rouba a cena ao jogar luz na seguinte questão: o que acontece com os homossexuais que não constituíram família e se encontram sozinhos na velhice?


Os asilos, espaços tão convencionais e tradicionais, estão preparados para tratar com respeito e dignidade desses homens no final de suas vidas? Que tal refletir mais sobre isso com a ajuda do filme SUK SUK?

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